O movimento do Criar...

 

O movimento do Criar... à flor da pele“Em movimentos incessantes e praticamente vitais o artista anseia por criar... Através da clareza de sua alma, a mente produz inúmeras e inusitadas formas que transgridem por suas mãos e eternizam-se em forma de obras de arte... O tudo e o todo são sua inspiração... Assim... formas, cores, pessoas, surgem em diferentes técnicas que podemos chamá-las... talvez... de impressionismo realista... Assim é Luiz Correia... a arte à flor da pele!”
O artista Luiz Carlos Correia, 50, nasceu na cidade de Taubaté, porém sua formação pessoal teve influência da grande São Paulo. O artista um tanto precoce exalava arte desde sua infância. Com seus poucos oito anos de idade, aprendeu a pintura acadêmica; aos 13, realizou sua primeira exposição de pintura a óleo; aos catorze, ousou... ofereceu-se para fazer um painel gigante na 2ª Bienal do Livro para compor o cenário, um tanto baiano... Pintou a praia de Itapuã, a Igreja do Bonfim... sem ao menos conhecê-las.
Já em São Paulo, em 70, com seus 18 anos, expôs na USP e participou de uma exposição sobre o folclore paulista realizada na Argentina.
Mas o sonho de viver apenas da pintura fugia de sua realidade atual, assim o homem que anseia por criar teve que abrir espaço para outros caminhos e criar... e criar... Então foi cenógrafo, deu aulas de arte através do Senac de Jacareí, a Barueri, participou em feiras do Anhembi com Jô Clemente, expôs em coletivas, foi três vezes campeão de decoração de vitrines (uma de originalidade e duas na categoria luxo), foi sete anos estilista campeão de escolas de samba em São Paulo, criando desde o figurino até os carros alegóricos. Enfim, criou... e criou... até o dia em que o destino o trouxe a Ubatuba... Decidiu que iria viver de sua arte... Mas ainda não era a hora... A vida ainda reservava-lhe outros caminhos... Foi quando conheceu o comerciante proprietário do Artesanato Casarão e repentina e instintivamente começou a produzir incríveis móveis rústicos. Criou coleções sem nunca antes haver mexido com madeira... Talvez tenha sido herança genética por parte de seu pai, um marceneiro.
Os anos foram passando e o homem, que com a vida aprendeu, acumulou sabedoria e experiência... essas que não se adquire em salas de aulas e assim sua pintura foi tomando formas, dimensão, cores e certezas. Então, o artista retomou seu caminho, um tanto maduro: vive há cerca de um ano somente de suas ímpares obras de arte... livre de regras e cheia de conhecimentos que misturam-se em técnicas, tornando difícil classificá-la. Talvez possamos chamá-la, em alguns casos, de impressionismo realista... mas eu prefiro dizer a arte de Luiz Correia.
Ubatuba foi o lugar onde ele fechou um ciclo para iniciar outro: aquele predestinado por seu coração, assim a cidade tornou-se sua fonte de criação... marinas, peixes, cores, gente e principalmente o que ele acredita ser o slogan de nossa cidade: as bromélias em todas as suas espécies.
Luiz diz que suas obras são muito vendidas em Paraty “os europeus adoram nossa mata”. O também professor dá aula em seu ateliê, muitos de seus alunos são de Paraty. Ele ensina-lhes absolutamente tudo que aprendeu até hoje. Ensina-lhes a enxergar com os olhos observadores do artista: o infinito é convexo, a cor é gerada pelo sol, as águas oceânicas são transparentes, as cores do universo em sua essência são três... e toda composição inicia-se do micro para o macro, como o universo... Disciplinado, ele pinta incessantemente das 9h às 17h todos os dias, pois este é seu trabalho, seu ar, não seu momento de inspiração. Adora receber pessoas em seu ateliê que são recepcionadas pelo seu universo artístico... mais parece um portal para um mundo inusitado.
Suas telas ficam expostas no Armazém & Jardim, na rua Capitão Felipe, 75 - Itaguá. Você poderá visitá-lo em seu Ateliê, no bairro do Perequê-Açu, sito à av. Felix Guisard, 308.
Maiores informações, pelo fone: (12)3832-6607.